Retrocessos.





Os prazeres que me fogem a mente, e que fogem das minhas mãos. O contrário, a pintura, a tristeza. Ela dança no sétimo céu. Eu ainda decoro meu papel, apesar de estar em branco. Agora está tudo acabado. Agora que eu não posso mais caber em ti. Dizem que você não quer mais me olhar. Se você não me escuta, eu não vou te chamar. O amor que eu dei não foi o mesmo que eu vi acabar. O amor só mudou de cor, agora já está desbotado. De desgosto ando sobrevivendo e vivendo. Seus olhos brilhantes saíram de minha rotina. E sinto falta das suas implicâncias. Sinto falta do seu corpo sobre o meu. Desse nosso corpo que junto, formava um só. Quando você me perguntou porque eu apontava para você, eu soube que era o momento de lhe dar a resposta. Vi você sobre o piso da sala. E uma poça de sangue engolia o chão branco. Assistia tudo sentado sobre minha poltrona confortável, comendo o pão com geleia de frutas funestas que você acabara de fazer. Uma pena. Não sabia que teria o mesmo destino que você. Do mesmo veneno que fiz você sentir, você sorrateira me fez provar. Ou era eu, ou era você. Fomos o nós. Nada mais justo. 

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