A culpa é do destino



O destino me pregando outra peça, eu não queria. Me cercava toda noite com sua flecha e sua guia. Era o tempo me encostando sua pele traiçoeira. Eram noites tão pesadas com nuvens sorrateiras. Era a vida me cortando a carne com seu guizo. Ecoando pelos séculos os sons de alguns gemidos. Eram os meus antepassados dentro dos bacanais. Era o tempo me emprestando aquilo que eu não devolveria mais. Era uma mulher nos meus sonhos me sem perdão Eram duas velhas mortas se arrastando pelo chão. Eu soltava os meus cães e meu peito a soluçar. Abafava os meus gritos quando um sabia ladrar. Achei que não era eu que fazia minha história andar. Põe a culpa no destino e quem estivesse amor para culpar. E era assim. Hoje em dia não importo com o que fiz do meu passado. E não rebato se disserem por aí que eu estou errado. Porque que se debate está sozinho ou afogado. Eu que não fico no meio, não começo e não acabo. Essa natureza que quer romper e resistir. Energias que desorganizam os órgãos, intensidade pura em plena produção desejante. Se não amor, loucura seria o nome disso.

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