Os dias de ontem.



Um professor me disse que o ser humano estava em constante mudança. Sim, eu creio. Mas não acredito quando um ser decide falar que está mudado. Reinventado porque as obscuras tentações da vida lhe fez mudar. Falar pra mim não é argumento convincente. É mais que incrédulo. Se eu passar a vida inteira dizendo que mudei, e minhas cruéis atitudes não mudarem, ninguém acreditará. As pessoas não mudam falando, mudam fazendo. O passado sempre está disposto a entrar no meu presente e ostentar tudo que está nele. E ao final comprometer o futuro com incertas ações. Não, eu não creio. O passado passou, um dia existiu e que hoje não existe mais. Nada vai entrar em meu presente, e se um dia vier atuar em meu futuro, eu decapito com todo o meu ódio escondido nas entranhas de meu corpo. Vivo eu e essa quase luxúria. Decidi apagar os dias de ontem. Não sei se era a melhor opção mas foi por ela que optei. E de tudo o que vivi, nada é comparado a essa avalanche de orgasmos múltiplos e oscilações amorosas em que eu me contornei no ontem. Escrevo o dia de hoje, esperando que no amanhã eu possa ler o que escrevi no ontem. É mais simples do que pensava.

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