sentir você, em mim




Não se tem mais sossego. Senti você essa noite, acordei roxo de saudade, queria te abraçar. Beijar também, mas principalmente abraçar, longa e repentinamente. Deixar que os poros da pele trocassem planos e sonhos por entre os quais se viaja nós mesmos, com tão estúpidos sentimentos de posse. Enquanto por si só, pelo momento de troca de palavras, olhares e outros sentimentos inúteis. Por si só se troca o além, o transcendente, a barriga gela e nos vemos bobos, imóveis [...]
[...] mas aí, hoje, quando senti você, seus poros e sua cor tinham um cheiro bom, temperatura agradável, era gostoso o seu cabelo, eram macios os seus lábios, não sei porque, mas seus pés faziam lembrar uma bailarina em plongeé - costas ao chão, apontavam para o céu, daqueles movimentos que não fazem sentido, mas na presença de Deus e o universo e outros seres mitológicos como o amor, fazem toda diferença.
Parece estranho, nos vimos umas poucas vezes, mas já sinto sua falta. Não importa com quem você se deite, que você se deleite seja com quem for. Apenas te peço que aceite o meu estranho amor. Se você perguntas por mim, vão dizer que ando por aí, que estou morando aqui e que já não sou mais um homem como os outros, ligados ao mundo lógico dos impostos e dos pequenos ódios conjugais. Eu não saberia dizer o por quê, e nem conseguiria te dizer, mas eu te amo porque te amo. Essa noite quero tudo em excesso, covardia e egoísmo. Ficar com seu cheiro, lamber, colher, sentir você em mim. A sua espera, apenas te peço para que eles façam menos barulho, porque não tenho mais sossego.


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