Alguém de tempos





De tudo que guardei por debaixo da língua e não conseguir dizer a ninguém. E se disse, pequei. De todas as mostras em público que fiz para outras. De todos os laços feito de braços dos abraços demorados em silêncio. Com todos aqueles rítmicos momentos momentâneos em que me entreguei nas paixões nada arrebatadoras. E enganei. Enganei meus olhos, e vários olhos de outras. E não foi porque eu quis. Não foi egoísmo ou algo do tipo. Foi porque não deu. Foi, porque era pra ser. Foi, porque eu ando em constante procura que não seja momentânea. Procuro olhos capazes de me entregar verdades sem nenhuma palavra. Boca que sirva só para beijar. Procuro por alguém de tempos. E nessa constante procura, procuro por alguém em que me falta coragem de dizer que é pra sempre. E me falta o ar. E me falta. Com todos os beijos que faço questão de beijar de olhos fechados. Olhado nos olhos de outro, e cego de amar minha procura. E cansado de só achar momentos momentâneos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário