Abre aspas. Fecha aspas.



" Trocamos sorrisos tímidos, olhares demorados, desejos inconfundíveis. Não sei você, mas eu troquei. E nos tempos corridos, nos olhares sinceros, na esperança de um dia te ter a timidez ainda toma conta dos meus sentidos. Não sei porque desse timidez, que é só com você. Se a escolha fosse minha, seus lábios jamais seriam beijados por outros. Se a escolha fosse minha, tudo seria bem mais fácil. Eu e esse meu método talvez contraceptivo de uma aproximação seria mais rápido. É difícil dizer à você o quanto te desejo. O quanto tenho vontade. O quanto quero. E nessa timidez que prolonga o tempo, meus olhos ainda continuam olhando para os seus. Meu corpo ainda pede o seu. E não consigo expressar com palavras conjuntas o que tenho para dizer. Nem sequer enfiando os dedos na garganta para moldar o que resta de palavras. O meu maior erro talvez, foi não ter falado nada, quando a vontade era ter dito tudo. Sempre procurei por alguém, igual a você. Sempre procuro. Sempre estive procurando. À procura do inesperado, surpreendente. À procura do necessário. É que sempre estive procurando você, nunca achei."

Meu nosso amor



Esse tempo que me escorre pelas mãos. Esse amor que escapa entre meus dedos. Não peço muita coisa. Só peço alguém, capaz de me entender. Suporte os problemas, os nossos problemas. Que um dia me surpreenda. E não me engane por tão pouco. Não peço muita coisa. Quero domingos, madrugadas em claro no escuro, arrepios e confusão de pernas. Roçar de pernas, beijos quentes e doces. Sedução cara e exclusiva. Mãos entrelaçadas no ritmo do trânsito lá fora. Coração acelerado, e pernas frias. Sabores e amores. Alguém de humor imprevisível e de alma imprevisível. Alguém intensamente e inteiramente imprevisível capaz de me surpreender, ou capaz de enfiar os cinco dedos na garganta para moldar as palavras. Alguém que entenda o meu amor. O nosso amor. Não peço muita coisa. Nunca peço mais do que mereço.

Calibre do perigo



Eu vivo sem saber até quando estou vivo. Só sei o calibre do perigo. Só sei de onde vem o tiro. Não sei de onde vem tanta frieza. Nunca quis ser assim. Não escolhi ser uma mistura de medo, excitação e adrenalina misturados em um copo com gelo. As promessas que foram esquecidas. E de todo aquele amor prometido naquele dia de guerra, eu rezava pelos dias de paz. O seu mundo escoltado de ganância gostosa e de puro gozo quente escorrido pelas suas pernas não me excitavam nem um pouco. Aquele amor que eu te dei. Aquele amor que você fingia me dar. Não adianta de nada agora você tentar perguntar porque eu apontava a arma para os seus olhos. Bastava você olhar para mim, e ver a que estado cheguei por sua causa. Agora, não adianta de nadaA sua vida aqui se encerra com uma nota curta nos jornais. Só sei o calibre do perigo. Sei de onde vem o tiro, simplesmente pelo fato dele ter saído de minhas mãos.

Sloper da Alma



De olhos fechados para te encontrar. Não estou ao seu lado, mas posso sonhar. Nunca soube bem certo se era só ilusão. Esteja você já perto, ou simplesmente intuição. E o arrepio toma conta da pele. Longe daqui, longe de tudo meus sonhos vão te buscar. Mesmo se você não vier, irei te esperar. E as lágrimas toma conta do rosto. Talvez não sei porque, você nem sequer um dia irá saber. Me apaixonei por não sei quem. E minha mania de tentar surpreender, se engaja nos olhares do espelho. E a dor toma conta da alma. E aonde quer que eu vá, levarei você no olhar. Mesmo você não existindo. Mesmo você não aparecendo. Mesmo você não me querendo. Mesmo eu adoecendo.

Miragem Parte II



Ela conseguiu. Conseguiu desde a primeira vez em que meus olhos miraram toda aquela escultura. E diante de todo aquele acasalamento de sentimentos, emaranhado de amor, expurgo de ostentações e que me transbordou felicidade. Há uma chama incendiando meu coração. Chegando a um estado de febre e me tirando do escuro. E sonho com os retrocessos e controversos atos de minha paixão. Os prazeres que me fogem a mente, e que fogem das minhas mãos. O amor que atraca meu coração, e que sacia meu corpo. E me ocupar de tempo com você e com esse meu amor exagerado. O que falta é o nós. Não adianta de nada, eu amar insaciavelmente, sem te ter. Não adianta de nada eu estar vivo, inspirado e escrevendo, sem você. Não adianta de nada eu te querer, e você nem sequer me ver. Me ocuparei a alma com você e com esse meu amor incondicional. Distante da realidade, e de todos seus efeitos. Diante o meu mundo surreal de felicidade. Diante de você e de seus olhos. Diante de nós e de mais ninguém.

Alguém de tempos





De tudo que guardei por debaixo da língua e não conseguir dizer a ninguém. E se disse, pequei. De todas as mostras em público que fiz para outras. De todos os laços feito de braços dos abraços demorados em silêncio. Com todos aqueles rítmicos momentos momentâneos em que me entreguei nas paixões nada arrebatadoras. E enganei. Enganei meus olhos, e vários olhos de outras. E não foi porque eu quis. Não foi egoísmo ou algo do tipo. Foi porque não deu. Foi, porque era pra ser. Foi, porque eu ando em constante procura que não seja momentânea. Procuro olhos capazes de me entregar verdades sem nenhuma palavra. Boca que sirva só para beijar. Procuro por alguém de tempos. E nessa constante procura, procuro por alguém em que me falta coragem de dizer que é pra sempre. E me falta o ar. E me falta. Com todos os beijos que faço questão de beijar de olhos fechados. Olhado nos olhos de outro, e cego de amar minha procura. E cansado de só achar momentos momentâneos.

Sobre os nossos olhos.



Nunca soube como iria ser. Não sabia com que olhos te olharia, nem como te olharia. Não sabia como, mas não deixaria de olhar. E foi justo no momento certo, talvez na hora certa, com o olhar certo cheio de desejo transbordando o exagero de se estar perto. Seus cabelos pretos me engolem os olhos. Brilho! De ambas as partes. Dos teus cabelos esvoaçantes ao vento. E os mesmo olhos, parados inquietos sobre o vento. E o meu coração cegou na luz do seu olhar. Foi justo naquele momento que tive a maior certeza de que era você e não era mais ninguém. Foi justo naquele momento que descobri que minha vida ainda valia um sorriso que eu tinha para te dar e que até hoje não dei.