Vou gritar, berrar, sussurrar, ou o que for preciso.


Quando eu te vi andava tão desprevenido, que nem ouvi tocar o alarme de perigo. Não sei porque, mas perigo não tinha nenhum. E você foi me conquistando devagar, quando notei já não tinha como recuar. E foi assim que nos juntamos distraídos, que no começo tudo é muito divertido. Você me conquistou com seu jeito lindo de ser. Mas sempre tinha um amigo pra falar que o nosso amor nunca foi feito pra durar. Como sempre tem. Por mais que eu durma eu não descanso, por mais que eu corra eu não te alcanço. Mas não tem jeito eu não sei como esperar, desesperar também não vou. Não vou deixar você passar como água escorrendo nos dedos fluindo pra outro lugar. Ninguém pode negar que o nosso amor é tudo. Não são tão poucas as arestas pra aparar, mas é que o meu desejo não deseja se calar. Não te pedi uma conduta exemplar mas é que a sua ausência é o que me dói no calcanhar. Será sempre será , o nosso amor não morrerá depois que eu perdi o meu medo não vou mais te deixar. Não vou te deixar porque eu te amo. E não canso de falar que eu te amo. Vou gritar, berrar, sussurrar, ou o que for preciso para que todos seres mitológicos escutem. Porque se não ouvirem, eu não cessarei minha voz. Porque eu quero mais é que o mundo inteiro saiba. Quero que os lugares mais obscuros e tenebrosos da galáxia escutem. Quero que os loucos entendam, que os burros aprendam, que os tolos compreendam que eu amo você.

Desabar eu já desabei.


As coisas simplesmente não são as mesmas. Dizem que o melhor fica para o final. Eu tenho que discordar! Tudo que tem um final perde a graça. E quando tudo acabar, onde estará o melhor que diziam tanto? Já que tudo é cinza depois que acabar! Se é tão bom, porque que é que acaba? Eu abri meus olhos. E enxerguei tudo em minha volta. Vi você! Tanto tempo esperando, e você estava bem ali. Como eu não vi? Como eu deixei de ver? E agora, me vejo imóvel. Eu preciso dizer "eu te amo" para desabar. Então, Eu te amo. E estou aqui, vivo, como nunca estive, perdido no mundo dos clichês, das frases feitas, dos sonhos bobos, tardes de sol, planos, ansiedades, frios na barriga, lágrimas de felicidade, beijos eternos e deliciosos, gritos, risos e sorrisos, atrasos. Eu estou tremendo, olha! Eu nunca estive tão vivo. Eu te amo! Eu te amo, porque te amo! E novamente me vejo imóvel, prestes a desabar. Desabar eu já desabei. Desabar novamente em seus braços macios, em seu sorriso bonito, em suas palavras gostosas, em seus olhos sinceros. Desabar eu já desabei. Quem foi que disse que o melhor fica para o final? Seria se o melhor, é dizer que eu te amo. 

A canção tocou na hora errada

A canção tocou na hora errada. E eu que pensei que eu sabia tudo. Mas se é você eu não sei nada. Quando ouvi a canção, era madrugada. Eu vi você, até sentir tua mão e achei até que me caia bem como uma luva. Mas veio a chuva e ficou tudo tão desigual. A canção tocou no rádio agora, mas você não pôde ouvir por causa do temporal. Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma, mas já não sei de que forma mesmo você foi embora. Por que o pianista fajuto sempre toca a música na hora que não deves ser tocada? A canção tocou na hora errada mas não tem nada não, eu até lembrei das rosas que dão no inverno. E dos espinho que a primavera conserva. Você não pode perder alguém que nunca teve. Assim como a primavera as folhas caísse e ao outono as flores nascessem. A vida é muito cheia de coisas, muito cheia de jeitos, muito cheia de essências. É muito fácil se perder em meio a ela se você não possuir quem te guiar. Eu te amo. Se não te amasse não estaria aqui esperando a hora certa para a canção ser tocada. O pianista não existia. Apenas o piano. A música vinha de minha cabeça, quando pensava em você. Se existisse algum pianista, esse era eu. A canção tocou na hora errada.

O velho sábio


O velho sábio, senhor de idade me disse um dia que sereis feliz. Tereis grandes amigos que um dia eles me trairão. Disse que das pessoas que me cercam, que são várias, são poucas que são verdadeiras. Disse que familiares também desejam o mal. Disse que se eu sorrir demais, meus dentes irão se degastar por causa da inveja. Disse que se eu for muito verdadeiro, os que me cercam me atirarão pedras. Falou que a sabedoria está no amor. Que alguns próximos me julgarão por estar amando, que uns falarão que me apaixonei muito rápido e o que estou vivendo alguns ou um "amigo" montará em mim e me julgará. O mestre disse que essa pessoa que não concorda com nada com que eu faço vai tentar cuidar da minha vida. O velho sábio confirmou que essa pessoa queria ser eu, que não é indiferença. É inveja. Inveja de minha vida ser mais centrada, turbulenta, tranquila e apaixonante ao mesmo tempo. Disse que tenho muito que aprender e muito a ensinar a aqueles que me cercam. Disse que tem diferença em saber atuar e achar que sabe.
O velho sábio disse que não era um velho sábio. Afirmou que era um sábio velho. Disse que a diferença era grande, porque um velho sábio é aquele que pode ser novo e ser sábio. E um sábio velho era aquele que com experiências da vida apoçou da sabedoria. E depois ele disse, olhando aos meus olhos que o mundo é feito de pessoas espertas. Se você não é, aprenda a ser. Porque qualquer hora virá um esperto e o passará para trás.

Trivalidades


Sorrisos, canções, brincadeiras, olhares. Vários olhares. Sinceros, brilhantes, coloridos, emocionados, carinhosos, alegres, tristes, sorridentes, sensatos. Gestos, abraços, beijos, carinhos, carícias, amores, sentimentos, sinceridade. Se a chuva não viesse seria perfeito. Mas ela chegou e não foi por gotas geladas que tudo isso derretera. Ficou intacto. Por mais que você tenta fugir, e eu neurótico fomos pegos. Pegos por nós mesmos. E eu achava que seria apenas uma noite. Me enganei com as trivialidades da vida. Me enganei e hoje estou aqui. Conceitos são muitos. Sinceramente? Não sei como estou. Pulando em festa, apaixonado, sorridente, amando, gostando. Só sei que com você estou feliz. E creio eu que é isso que importa. Trivialidades. Trivialidades banais ou não, eu encontrei um anjo.

Se, ao te conhecer,


Ah, se já perdemos a noção da hora, se juntos já jogamos tudo fora. Me conta agora como hei de partir, nesses pingos de chuva gelados. Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios, rompi com o mundo, queimei meus navios e deixei minhas trivialidades. Me diz pra onde é que inda posso ir se nós, nas travessuras das noites eternas já confundimos tanto as nossas pernas. Diz com que pernas eu devo seguir se entornaste a nossa sorte pelo chão, se na bagunça do teu coração meu sangue errou de veia e se perdeu. Como, se na desordem do armário embutido meu paletó enlaça o teu vestido e o meu sapato inda pisa no teu. Como, se nos amamos feito dois pagãos, teus seios inda estão nas minhas mãos. Não que seja perversão. Isso para cada ser tem um nome. Para mim, chama-se amor. Normal como dois amantes. Me explica com que cara eu vou sair. Te dei meus olhos pra tomares conta, e meu coração coloquei em suas mãos frias. Agora conta como hei de partir? Eu não vou partir. Eu vou ficar. Ficar aqui, mesmo que for parado, imóvel, intacto. Mas ficarei aqui, apreciando seus olhos, sua boca, seu nariz empinado e sua alma linda. Todos estão apostando suas fichas, ou só eu que estou vendo isso. Apostando quanto tempo ficaremos juntos. Eu te amo e que seja eterno enquanto dure. E que dure eternamente.

Ruas de outono


Nas ruas de outono, os meus passos vão ficar. E todo abandono que eu sentia vai passar, as folhas pelo chão que um dia o vento vai levar. Meus olhos só verão que tudo poderá mudar. Eu voltei por entre as flores da estrada para dizer que sem você não há mais nada. Quero ter você bem mais que perto, com você eu sinto o céu aberto. Daria pra escrever um livro se eu fosse contar tudo que passei antes de te encontrar. Pego sua mão e peço pra me escutar seu olhar me diz que você quer me acompanhar. Brincadeiras, sorrisos, amor. Tão pouco tempo. Mas tempo em uma hora dessas não quer dizer nada. Eu voltei por entre as flores da estrada para dizer que sem você não há mais nada. Quero ter você bem mais que perto porque com você eu sinto o céu aberto.

Que se danem os nós


Vim gastando meus sapatos, me livrando de alguns pesos, perdoando meus enganos, desfazendo minhas malas. Talvez assim chegar mais perto. Vim achei que eu acompanhava, e ficava confiante. Outra hora era o nada, a vida presa num barbante. E era eu quem dava o nó. Eu lembrava de nós dois, mas já cansava de esperar. E tão só eu me sentia e segui a procurar esse algo alguma coisa. Alguém que fosse me acompanhar. Se há alguém no ar, responda se eu chamar. Alguém gritou meu nome ou eu quis escutar. Vem eu sei que tá tão perto, e por que não responde. Se também tuas esperar te levaram pra bem longe. E longe esse lugar. Vem nunca é tarde ou distante para te contar os meus segredos. A vida solta num instante. Tenho coragem, tenho medo sim. Que se danem os nós.